Psoríase
A psoríase é uma doença crónica e recorrente da pele, não contagiosa, relativamente frequente, caracterizada pelas suas formações descamativas prateadas e por placas de diversos tamanhos, bem delimitadas, localizadas em diferentes partes do corpo.
A escamação da pele é devida à produção exagerada das células cutâneas. Pensa-se que este crescimento anormal destas células se deva a mecanismos de ordem imunológica, desconhecendo-se ainda, concretamente, a causa desta doença. No nosso sistema imunológico existem as células T que são tipo policia, e que percorrem o corpo à procura de elementos estranhos. No caso da psoríase estas células T parecem atacar as células saudáveis da pele, como se fossem cicatrizar uma ferida.
Investiga-se este assunto, estimando-se que a genética ou a hereditariedade está presente em 30% dos casos, embora os investigadores acreditem que fatores ambientais também estejam envolvidos na causa da doença, como o tabaco, o álcool, a obesidade, e o stress.
A psoríase atinge cerca de 3% da população branca a nível mundial. As pessoas de etnia negra são mais poupadas (20%). Pode surgir em qualquer idade, e em ambos os sexos de igual forma, embora se verifique que é mais frequente no grupo etário compreendido entre os 20 e os 40 anos, estimando-se que 15% dos casos sejam crianças. E pode afetar vários membros da mesma família.
Sintomas
Geralmente esta doença começa a manifestar-se pelo aparecimento de uma ou mais placas escamosas. As primeiras placas podem desaparecer simplesmente, mas formar-se-ão outras. Poderão ter vários tamanhos, adotando formas de anel ou espiral. Estas placas normalmente escolhem certos locais do corpo. O couro cabeludo é um deles, podendo inicialmente fazer-se alguma confusão com a vulgar caspa. Mas a caspa descama por todo o cabelo, e a psoríase apresenta áreas escamosas com áreas normais, quando se examina o couro cabeludo. Outros locais onde podem aparecer estas placas são as costas, os cotovelos, as nádegas, os joelhos, as sobrancelhas, as axilas e o umbigo. A psoríase pode também surgir à volta ou debaixo das unhas, podendo deformá-las. Mas pode aparecer noutros lugares do corpo, embora com menor frequência e intensidade. Raramente a psoríase pode alastrar a todo o corpo, provocando, neste caso, uma dermatite esfoliativa, na qual toda a pele se inflama, justificando-se, até eventualmente, o internamento hospitalar. Outra forma grave e felizmente rara é quando se formam pústulas, que são nódulos com pús. Uma doença que pode acompanhar a psoríase é a artrite, a inflamação das articulações (8%dos casos de psoríase). A artrite pode aparecer antes dos sinais cutâneos em aproximadamente um em sete casos.
No diagnóstico, de início, podem surgir duvidas, pois existem outras doenças de pele com sinais parecidos, mas com o persistir do tempo as características desta doença vão se diferenciando, reconhecendo-se o seu respetivo padrão de escamação tão típico.
No tratamento, inicialmente, a resposta é boa com cremes hidratantes. Os cremes com corticoides são muito eficazes aplicando-os na zona afetada, assim como a vitamina D por via oral. O sol, através da radiação ultravioleta ajuda a eliminar ou a reduzir as lesões cutâneas da psoríase. A fototerapia com ultravioletas é um método alternativo. Esta doença exige acompanhamento médico dermatológico para toda a vida, com períodos frequentes de desaparecimento das lesões e acalmia, alternando com reaparecimentos e agravamento dos sintomas. A fototerapia com UV com moderação e cuidado também é uma alternativa. Em 2010, um novo tratamento, conhecido por PUVA, mostrou bons resultados na grande maioria dos doentes sujeitos a este tratamento. Os imunodepressores, medicamentos que inibem o sistema imunitário, e tratamentos biológicos à base de proteínas monoclonais, nos casos mais críticos têm tido muito bons resultados, como é o caso do programa terapêutico Stelara, que aconselha a toma de uma injeção subcutânea trimestral.